sexta-feira, 20 de novembro de 2020

JESUS


Essas são algumas de suas palavras na obra O Mestre dos Mestres:


"Houve um homem que viveu há muitos séculos e que não apenas brilhou em sua inteligência, mas teve uma personalidade intrigante, misteriosa e fascinante. Ele conquistou uma fama indescritível. (...) Todavia, em detrimento de sua enorme fama, algumas áreas fundamentais da sua inteligência são pouco conhecidas. Ele destilava sabedoria diante das suas dores e era íntimo da arte de pensar. Esse homem foi Jesus Cristo.

A história de Cristo teve particularidades em toda a sua trajetória: do seu nascimento à sua morte. Ele abalou os alicerces da história humana por intermédio da sua própria história. Seu viver e seus pensamentos atravessaram gerações, varreram os séculos, embora ele nunca tenha procurado status social e político.

Sua vida sempre foi árida, sem nenhum privilégio econômico e social. Conheceu intimamente as dores da existência. Contudo, ao invés de se preocupar com as suas próprias dores e querer que o mundo gravitasse em torno das suas necessidades, ele se preocupava com as dores e necessidades alheias.

"Contudo, o Jesus de Nazaré continua a fascinar crentes e não-crentes, admiradores ou críticos. Por mais de dois séculos, estudiosos e pessoas comuns voltaram-se para esse camponês simples e pouco preocupado com as grandezas deste mundo. Durante os primeiros tempos, na luta do Iluminismo contra as Igrejas cristãs, Jesus causou espanto: como um iletrado, que nada nos deixou por escrito, pode ser tão influente? Como explicar os seus milagres? Com o passar do tempo, e conforme o interesse pelo Jesus Histórico expandiu-se e a luta antirreligiosa arrefeceu, procurou-se entender o contexto histórico, as situações humanas e sociais vivenciadas pelo Nazareno e seus seguidores. Nunca essa busca afastou-se das inquietações do presente. No momento em que vivemos - neste início de novo milênio, de tantas contradições e conflitos, mas também de esperanças e expectativas - Jesus continua mais atual do que nunca. Ficaremos contentes se, ao final deste livro, o leitor ficar instigado a conhecer mais esse personagem histórico único." 

Em O Livro dos Espíritos, no capítulo em que Allan Kardec explana sobre a Lei divina ou Lei natural, temos a questão 625, na qual podemos encontrar uma indicação de como Ele deve nos influenciar, sobretudo aos espíritas.  Assim o Codificador pergunta aos Espíritos Superiores:

"Qual o tipo mais perfeito, que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?"

E a resposta é muito clara e objetiva:

"Vede Jesus."

Em complemento, Kardec escreve:

"Jesus é para o homem o modelo da perfeição moral a que a Humanidade pode pretender sobre a Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão da Sua lei, porque ele estava animado de espírito divino e foi o ser mais puro que apareceu sobre a Terra."

Podemos afirmar, portanto, que a definição apresentada por Kardec, decerto por orientação e/ou inspiração do plano superior, foi exatíssima: Jesus é a pessoa mais indicada para termos como diretriz de comportamento e vivência interior, por ter sido ele possuidor de uma personalidade refinadíssima, com características comportamentais elevadíssimas e de uma consistente e profunda vivência espiritual. Desse modo, Jesus não é apenas um personagem histórico para ser admirado, divinizado ou idolatrado, mas alguém a ser consultado em todos os momentos de nossa vida.

Para respondermos, portanto, à pergunta-título Quem foi Jesus?,  fiquemos com as palavras do espírito Joanna de Ângelis:

"Jesus é o mais notável Ser da História da Humanidade.

(...) Sob qualquer aspecto considerado, o seu Testamento - o Evangelho - é o mais belo poema de esperanças e consolações de que se tem notícia. Concomitantemente, é precioso tratado de psicoterapia contemporânea, para os incontáveis males que afligem a criatura e a Humanidade.

Vivendo numa época em que predominava a ignorância em forma de sombra individual e coletiva, qual ocorre também nestes dias, embora em menor escala, Jesus cindiu o lado escuro da sociedade e das criaturas, iluminando as consciências com a proposta de libertação pelo conhecimento da Verdade e integração nos postulados soberanos do amor.

Jamais a Humanidade voltaria a viver dias como aqueles em que Ele esteve com as criaturas, sofrendo com elas e amando-as, ajudando-as e entendendo-as, ao tempo em que tomava exemplos da Natureza e, na sua pauta incomparável, cantava a melodia extraordinária da Boa Nova.

E ainda hoje a Sua voz alcança os ouvidos de todos aqueles que sofrem, ou que aspiram pelos ideais de beleza e de felicidade, ou que anelam por melhores dias, emulando-os em prosseguimento da tarefa e em autossuperação, ambicionando a plenitude." 


KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa. 195. ed. Araras, SP: IDE, 1996.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa. 100. ed. Araras, SP: IDE, 1996.

 ÂNGELIS, Joanna de (espírito); FRANCO, Divaldo Pereira (psicografado por). Jesus e o Evangelho à luz da Psicologia Profunda. 1. ed. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada, 2000. p. 9

CURY, Augusto Jorge. O Mestre dos Mestres (análise da inteligência de Cristo). 55. ed. São Paulo: Academia de Inteligência, 1999. p. 14 (literatura não-espírita)

 










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